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Saiba como adotar as práticas
ESG na sua empresa
Como construir uma cultura
ESG e ser sustentável. Dicas para empresas que estão iniciando.
De acordo com o levantamento Panorama ESG Brasil 2023, realizado pela Câmara de Comércio Americana (Amcham) em parceria com a Humanizadas, 47% das empresas já estão implementando práticas ESG e 31% planejam aderir à agenda.
Mas, ao iniciar essa jornada, algumas organizações podem encontrar barreiras que atrapalham as práticas do ESG. Ausência de uma cultura forte de sustentabilidade (32%), dificuldade em mensurar e monitorar indicadores (38%) e conscientizar e capacitar equipes e lideranças sobre as práticas (48%) são alguns obstáculos mencionados pelo levantamento.
O ESG coach tem orientações para empresas que planejam incorporar pela primeira vez os pilares ESG no DNA da sua companhia.
Os primeiros passos da jornada
ESG
O primeiro passo que uma empresa deve seguir para iniciar uma estratégia
ESG é fazer uma avaliação interna. É fundamental
entender em que estagio a empresa está nos pilares de sustentabilidade,
social e governança.
Uma forma de medir esse impacto ter como referência a norma técnica ABNT PR 2030 e os Indicadores Ethos.
Depois de analisar seu contexto interno, a organização deve partir para um olhar setorial.
Durante esse processo é fundamental escutar as partes interessadas, como colaboradores, fornecedores e clientes. Isso é conhecido como materialidade, que é o cruzamento dos temas de interesse dos stakeholders com os temas de impacto para o negócio.
A empresa também deve ficar de olho nos objetivos e metas globais e traduzir para o seu contexto empresarial. Entender como ela pode se comprometer com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e se juntar ao Pacto Global, movimentos da Organização das Nações Unidas (ONU), e usá-los como referências para traçar estratégias.
O Pacto Global aborda temas específicos no ambiente de trabalho, como equidade racial, transparência, economia circular e saúde mental.
É importante porque quando a empresa traçar uma estratégia, ela já vai ter uma diretriz de como está dentro dela, do que é importante para o setor e para um contexto global. Ela pode construir ações pautadas num contexto maior que vão trazer retorno para a sociedade e para o negócio.
Como construir uma cultura ESG
na empresa
Funcionários, clientes e fornecedores precisam estar engajados para
que seja possível construir uma cultura ESG na empresa. Uma forma
de fazer isso é transformar todos os posicionamentos em uma política
acessível às pessoas no dia a dia. Outra ação
é criar comitês internos diversificados. Isto é, formados
por pessoas de diferentes áreas da empresa, e não apenas de
um setor.
Outro ponto que ajuda a construir uma cultura ESG é usar uma linguagem simples e que aproxima as pessoas. Substituir termos como “gestão de resíduos” ou “economia circular” por reciclagem, por exemplo.
As pessoas que executarem um projeto ESG na empresa têm que aprender a conversar sobre ESG. O CEO vai querer um termo mais rebuscado, números. Mas o colaborador, a pessoa que vai executar [sua função] no dia a dia, quer algo que seja simples, fácil de entender. E principalmente que ela entenda qual é o seu papel naquilo, qual é o impacto que consegue causar e qual a diferença que está fazendo na vida das pessoas.
Diversidade e inclusão
significa inovação
Um time diverso e inclusivo traz inovação para a empresa:
diferentes perspectivas e ideias para ações, negócios
diversificados e acesso a um novo mercado consumidor.
Para isso, a organização precisa analisar o perfil da equipe e questionar quantas mulheres, pessoas negras e LGBTQIAPN+ trabalham no grupo; se há pessoas com mais de 50 anos ou com deficiência; se são dadas oportunidades para jovens aprendizes e outros profissionais em início de carreira; qual é a condição social e o nível de educação de cada um. O levantamento vai gerar outras questões como quais espaços essas pessoas ocupam e quem ocupa os cargos de liderança.
O cruzamento de dados pode resultar no anúncio de vagas afirmativas ou em oportunidades e promoção de funcionários, por exemplo. É preciso traçar uma cultura interna sem vieses inconscientes que impeçam que pessoas de grupos minorizados alcancem cargos altos. Até pensar em algumas medidas compensatórias. Se a pessoa, por exemplo, não teve acesso ao Ensino Médio, ela vai estar em desvantagem para alcançar um cargo de liderança. Então que tipos de ações a gente consegue fazer para ajudar essa pessoa nos conhecimentos?
Relatório social
é um diferencial para a empresa
Montar um relatório social é um dos principais desafios, especialmente
quando é o primeiro de todos. Mas é um diferencial para quem
está começando a jornada ESG. O
relatório é uma grande tendência que veio para ficar.
Isso porque os bancos e as seguradoras estão precificando o risco
ESG e solicitando aos clientes o documento.
Também é um requisito da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que está exigindo até 2026 que todas as empresas de capital aberto façam um relatório seguindo as normas do International Sustainability Standards Board (IFRS).
A CEO vai observar que é comum que empresa novas em ESG sinta receio em mostrar resultados que ainda estão longe de serem sustentáveis, e isso pode adiar o comprometimento com a agenda. Uma solução é lançar primeiro um relatório interno para se acostumar.
Dicas para comunicar metas e
resultados em um relatório ESG
Recomenda se amparar em metodologias existentes do mercado pois é
um jeito de sentir segurança e correr menos riscos.
A ABNT PR 2030 traz pontos do que pode ser trabalhado em cada um dos critérios ESG e explica termos do meio. Os indicadores também são interessantes pois são específicos para o setor de atuação da empresa.
As normas da organização (GRI) Global Reporting Initiative é uma organização internacional de padrões independentes que ajuda empresas, governos e outras organizações a compreender e comunicar os seus impactos em questões como as alterações climáticas, os direitos humanos e a corrupção.também podem servir de apoio para empresas que estão iniciando e são usadas por grande parte das grandes companhias no Brasil e no mundo. A GRI oferece conjunto de indicadores e orientações de como montar um relatório. Dentre elas, ouvir as partes interessadas, listar os riscos e os princípios e construir uma matriz de materialidade.É necessario porque a empresa vai fazer um relatório onde vai mostrar o que ela tem. Se relacionar com uma agenda maior que a dela e ir para um contexto maior que vai ajudar a definir depois compromissos públicos e metas.
Todo tipo de empresa
pode ter práticas sustentáveis.
Um erro fácil de cometer é pensar que apenas negócios
relacionados ao meio ambiente devem ser sustentáveis, como no caso
dos setores alimentício e têxtil. Mas a verdade é que
isso vale para todo tipo de organização.
Uma empresa de tecnologia, por exemplo, tem um alto gasto de energia por causa do intenso uso de dados em data centers . E o consumo de energia é algo que contribui para a crise climática.
É recomendado fazer um diagnóstico para examinar quais são os impactos da empresa no meio ambiente e se é significativo ou não para o setor. Economizar energia, usar fonte renovável, evitar o desperdício de água e controlar a geração de resíduos são ações simples, mas que merecem atenção e podem ser pontos de partida para uma empresa ser sustentável. Uma vez que esse comportamento esteja desenvolvido, é interessante ela incorporar isso na sua comunicação também. Ou seja, inspirar clientes e fornecedores a respeito da importância dos cuidados com o meio ambiente. É um ponto importante as empresas perceberem que o impacto não para nelas, mas que vai para toda a cadeia. Desde o fornecimento para clientes e outras partes que estejam em volta, inclusive comunidades.
Outras práticas
ESG que não podem faltar. Ambiental:
Reduzir, reciclar e reutilizar. Fazer um Inventário de emissões
de gases de efeito estufa (GEE) e medir a pegada de carbono.
Social: Fazer uma pesquisa de clima organizacional no dia
a dia e ouvir funcionários. Criar ações para impactar
a comunidade ao redor, desenvolvendo novos talentos e conquistando potenciais
consumidores.
Governança: Elaborar um código de ética
para reforçar valores da empresa, orientar ações e
definir boas e más condutas, como corrupção. Criar
um canal de ouvidoria para colaboradores, clientes e fornecedores. Seguir
a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Esginsights
Publicado em março | 2024
Os desafios da ESG na era da Inteligência Artificial
Viés algorítmico,
demanda energética, privacidade, direitos autorais, ataques cibernéticos,
ética, desinformação: como a IA pode impactar a reputação
corporativa à luz dos valores ESG.
O que já mudou na comunicação, o que ainda vai mudar e o valor das ferramentas de IA generativa em planejamento, execução e mensuração de resultados.
MediaTalks-Edição-Especial-ESG-na-era-da-Inteligencia-Artificial.pdf
EXAME Inves
Publicado em Setembro | 2023
John Elkington: ESG ganhou espaço em empresas, mas não mobiliza mudanças
Quase 30 anos depois de criar o conceito de Triple Bottom Line —um segmento que pretendia unir pessoas, planeta e lucro, todos em equilíbrio, que deu origem ao ESG—, John Elkington, 74, está mais ativo do que nunca para o debate que busca reconfigurar nosso papel no mundo.
Mas, hoje, o britânico vê com certo pesar como o termo 'ESG' ganhou espaço no mundo corporativo, ao mesmo tempo em que não se torna efetivo para mobilizar e engajar mudanças no agora.
Entrei na sustentabilidade
numa época em que as empresas não queriam ter nada a ver com
essa agenda, não queriam mudar.
Eu só quero dizer que o ESG é o capitalismo do amanhã,
mas ainda não está necessariamente formulado ou concebido
de forma a impulsionar o mercado.
John
Elkington é considerado o pai do ESG, termo adotado no
mundo corporativo que engloba os cuidados com pessoas, com o planeta e com
o lucro.
Diretor de ESG: O que faz o Chief Sustainability Officer e quais são os passos para se tornar um
Mas, afinal, o que é um um Chief Sustainability Officer?
O Chief Sustainability
Officer, ou diretor de sustentabilidade, é o executivo responsável
por elaborar e implementar as estratégias de sustentabilidade em
uma empresa.
Geralmente, o CSO é um cargo C-level e responde diretamente para
o CEO da instituição.
Sua principal atribuição é garantir que as atividades
da organização sejam sustentáveis, ou seja: tenha
impactos reduzidos ao meio ambiente (E)
traga efeitos positivos para a sociedade (S)
e seja feita de forma transparente (G)
O que faz um
Chief Sustainability Officer?
O escopo de trabalho de um Chief Sustainability Officer pode ser variável
principalmente pelo ineditismo do cargo que tem se consolidado recentemente.
Diante da falta de histórico e de benchmarks, a Harvard Business
Review elencou quais são as principais responsabilidades de um CSO.
8 principais
funções de um Chief Sustainability Officer
1 - Garantir a conformidade regulatória: o CSO deve
garantir que a empresa está dentro das regulações sobre
sustentabilidade e ESG e não está descumprindo nenhuma regra
ou lei.
O profissional também é responsável por criar as regras
internas da organização sobre sustentabilidade.
2 - Monitorar as métricas ESG: é atribuição
do CSO coletar dados e montar relatórios com as métricas ESG
da empresa baseados nas regras e no mercado, além de monitorar e
avaliar a eficácia dos programas de sustentabilidade.
3 - Implementar projetos de sustentabilidade:
o CSO deve planejar, coordenar e se responsabilizar pelos resultados de
projetos de sustentabilidade da empresa.
Nesse caso, ele é responsável pelos funcionários ou
voluntários que trabalham em projetos de sustentabilidade.
4 - Relacionamento com stakeholders: parte fundamental
do escopo de trabalho de um diretor de sustentabilidade é gerenciar
o relacionamento com stakeholders.
5 - Desenvolver habilidades sustentáveis: o CSO
é responsável por identificar lacunas na organização
e promover iniciativas educacionais e treinamentos para desenvolver as habilidades
dos colaboradores.
6 - Instaurar uma cultura ESG: para uma empresa ser sustentável,
ela precisa ter o ESG em sua cultura.
Esse processo de mudança cultural é uma das atribuições
de um Chief Sustainability Officer.
7 - Pesquisar e explorar: o CSO deve ter uma constante
busca por tecnologias, soluções e novas tendências com
foco em identificar projetos e programas para aprimorar a agenda de pesquisa
em sustentabilidade.
8 - Incorporar o ESG nas decisões: O CSO é
o responsável por levar a sustentabilidade para o centro da tomada
de decisão e fazer com que o ESG esteja nas metas, na agenda e no
orçamento da empresa.
O profissional deve escrever e distribuir relatórios de impacto financeiro
ou ambiental.
Como se tornar um Chief Sustainability Officer?
Assim como em qualquer outra carreira, em ESG também existe uma escada
de crescimento que relaciona cargos e salários.
Profissionais de ESG e sustentabilidade podem começar como analistas
e se tornar até diretores, como é o caso do Chief Sustainability
Officer.
Essa escada passa por
especialista, coordenador e gerente de ESG, por exemplo.
No entanto, nem sempre é necessário passar por todos os degraus
dela em ordem.
Pela demanda por profissionais especialistas em sustentabilidade, é
comum que o avanço na carreira seja mais rápido e constante.
EXAME Inves
Publicado em 17/06/2023
Para acelerar ESG no Brasil, CEOs devem assumir a pauta
Para acelerar a adoção das práticas ESG no Brasil, sigla que define compromissos com a agenda ambiental, social e de governança, CEOs, presidentes e vice-presidentes de empresas devem tomar a frente dessa pauta.
É o que afirmam 82% dos 574 executivos entrevistados em uma pesquisa da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio) realizada entre março e abril de 2023. O governo foi o segundo ente mais citado (69%) pelos profissionais, a maioria (70%) de grandes e médias empresas, como responsável por comandar a aceleração das práticas ESG.
Também foram apontados os bancos e fundos de investimentos (51%), Ongs e associações (49%), diretores (47%) e conselheiros (43%) como os encarregados por essa agenda no país. “Eles entendem que a liderança desta agenda deve ser exercida pelo C-level das empresas e pelo governo”, diz Abrão Neto, CEO da Amcham. “Essa conclusão evidencia a importância do engajamento em alto nível para acelerar a adoção de práticas e os investimentos ESG no Brasil.”
A pesquisa apresenta como fatores críticos de sucesso na implementação de práticas ESG a capacitação das lideranças e colaboradores das organizações (48%), ações de conscientização (47%), o desenvolvimento de uma cultura forte de sustentabilidade (43%) e a previsão de orçamento dedicado para investimentos em iniciativas ESG (40%).
Panorama do
ESG nas empresas
47% das empresas entrevistadas são referência de mercado ou
estão adotando práticas ESG.
Dos que ainda não se inseriram na agenda, 31% estão planejando implementar essas políticas. “A curva de adoção de práticas ESG está prestes a atingir o chamado ponto de inflexão, o que ocorre quando mais de 50% das empresas estão efetivamente inseridas na agenda ESG”, diz o CEO da Amcham.
Os principais motivos apresentados para as empresas incorporarem essas práticas são o fortalecimento da reputação de mercado (61%), impacto positivo em questões socioambientais (57%) e a redução de riscos ambientais, sociais e de governança (40%).
Apesar disso, ainda há desafios, especialmente na dificuldade de mensurar e monitorar indicadores ESG (38%).
Outras dificuldades apontadas pelos profissionais são a ausência de uma cultura forte de sustentabilidade (32%), falta de recursos financeiros para investimentos (27%) e de conhecimento interno (27%).
O estudo revela que 62% dos empresários possuem familiaridade com ações e estratégias ESG.
Enquanto 42% dos que responderam indicam ter experiência ou conhecimento razoável sobre essa pauta, outros 20% consideram ter amplo domínio do assunto – embora 32% tenham dúvidas sobre alguns aspectos.
Políticas ESG já implementadasEntre as empresas que já implementaram a agenda ESG, 62% buscam capacitar seus funcionários, 58% desenvolvem uma cultura de diversidade e inclusão e 51% adotam políticas de remuneração justa e benefícios.
No âmbito da governança, destacam-se a adoção de código de ética e política anticorrupção (54%), de políticas de transparência e governança (47%) e de comitês ou equipes focados em ESG (30%).
Entretanto, apenas 20% priorizam investimentos a partir de critérios ESG e somente 16% utilizam certificações ou avaliações de classificação ESG.
As principais ações de impacto ambiental em curso são as de reciclagem e reuso de materiais (46%), otimização do uso de recursos naturais (45%) e investimento em inovação com vistas a produtos e serviços sustentáveis.
Apesar desses índices, apenas 25% das empresas consultadas estão executando ações para reduzir impactos na biodiversidade e 14% para compensar ou reduzir emissões de gases do efeito estufa.
EXAME Inves
Publicado em 18/04/2023
Políticas ESG já implementadas
Entre as empresas que já implementaram a agenda ESG, 62% buscam capacitar seus funcionários, 58% desenvolvem uma cultura de diversidade e inclusão e 51% adotam políticas de remuneração justa e benefícios.
No âmbito da governança, destacam-se a adoção de código de ética e política anticorrupção (54%), de políticas de transparência e governança (47%) e de comitês ou equipes focados em ESG (30%).
Entretanto, apenas 20% priorizam investimentos a partir de critérios ESG e somente 16% utilizam certificações ou avaliações de classificação ESG.
As principais ações de impacto ambiental em curso são as de reciclagem e reuso de materiais (46%), otimização do uso de recursos naturais (45%) e investimento em inovação com vistas a produtos e serviços sustentáveis.
Apesar desses índices, apenas 25% das empresas consultadas estão executando ações para reduzir impactos na biodiversidade e 14% para compensar ou reduzir emissões de gases do efeito estufa.
Energia solar compartilhada: o modelo de negócios que promete democratizar a geração fotovoltaica.
Vantagens aos pequenos
negócios podem se equiparar à entrada no mercado livre de
energia, disponível para grandes empresas.
Após atuar por mais de 20 anos como fornecedor de tecnologia para
o ramo de mercado livre de energia para grandes empresas, em 2019, Marcelo
Freitas decide abrir seu próprio negócio e focar no pequeno
varejista.
Assim, nasceu a Prospera, empresa que oferece energia limpa e renovável
para os pequenos negócios por meio de uma plataforma.
A Prospera adota como
modelo de negócios a geração de energia solar compartilhada,
que é o processo de união de vários consumidores por
consórcio ou cooperativa.
Segundo o CEO, a geração compartilhada tem as mesmas vantagens
para o pequeno varejista que a migração para o mercado livre
para grandes corporações.
“Na geração compartilhada, o pequeno consumidor pode
ter acesso a uma energia renovável, com uma economia que automaticamente
pode refletir no bolso dele”, afirma Marcelo Freitas, fundador da
Prospera.
Para viabilizar o acesso à energia solar a pequenas empresas, a Prospera
adquire energia de fazendas solares, localizadas na cidade de Cruzeiro (SP),
e oferece créditos em programas de fidelização.
O primeiro deles é a maquininha ECO100, uma máquina de pagamento,
mas com um diferencial: transformar os pagamentos em bônus para pagar
a conta de luz. Já o outro produto, o Vale Energia Limpa, funciona
como um Vale Transporte ou Vale Alimentação, só que
voltado para consumo energético.
Para o CEO, essas são
formas encontradas pelo negócio para impactar os pequenos negócios
oferecendo opções sustentáveis e acessíveis
sem carregar nos termos técnicos.
“Fizemos esses produtos pensando na experiência do cliente,
que pode entender pouco sobre a relação kilowatt-hora e outros
pormenores.
Mas o cliente entende muito de dinheiro e quer economizar”, observa
Freitas.
Não por acaso, a geração solar é um mercado que vem crescendo em velocidade exponencial no Brasil, visto que a matriz de energia solar hoje supera a capacidade instalada da Usina Hidrelétrica de Itaipu com potência operacional de 14 gigawatts (GW), segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
EXAME Inves
Fernanda Bastos
Publicado em 30 de janeiro de 2023
Integração do ESG na Avaliação de Empresas
A pandemia de COVID-19
acelerou essa tendência notavelmente. Os primeiros três meses
de 2020 viram US$ 45,6 bilhões fluindo para esses fundos globalmente.
Hoje, US$ 30,7 trilhões estão em fundos de investimento sustentável
em todo o mundo e analistas preveem um possível aumento para cerca
de US$ 50 trilhões nas próximas duas décadas.
O motivo dessa
escalada que parece não ter mais volta?
Mais investidores estão procurando financiar organizações
e produtos que apoiem e promovam a sustentabilidade e cumpram com as regulamentações
emergentes, como as regulamentações sobre mudanças
climáticas.
Essa demanda foi atendida com maior ação em questões
ESG no mundo dos negócios, bem como retornos progressivamente mais
altos do investimento para fundos ESG devido à sua resiliência
contra rupturas convencionais do mercado.
Carteiras que incorporam
ESG e sustentabilidade também costumam ter melhor desempenho no longo
prazo.
Segundo a Morningstar, empresa de serviços financeiros norte-americana,
em um período de 10 anos, 80% dos fundos de ações mistas
que investem de forma sustentável superam os fundos tradicionais.
Eles também avaliaram que 77% dos fundos ESG que existiam 10 anos
atrás sobreviveram em comparação com 46% dos fundos
tradicionais.
Existem poucas (se
houver) áreas de negócios em que o ESG não é
relevante.
No entanto, nem todas as questões ESG recebem o mesmo peso quando
se trata de investimento.
Assim como cada investidor possui valores e motivações diferentes,
é improvável que uma organização priorize (ou
deva) priorizar todas as questões ESG em sua estratégia de
negócios.
Aqueles que são priorizados por investidores e organizações
são determinados pelas circunstâncias ambientais, sociais e
econômicas da época, e o que é considerado mais importante
e material para uma empresa, dada sua indústria, geografia e circunstâncias
específicas.
O desempenho de uma
organização em relação a questões ESG
ajuda as partes interessadas a tomar decisões importantes, e há
muitas ferramentas disponíveis para medir ou relatar o desempenho
ESG.
No Brasil, já
existem índices específicos do mercado financeiro voltados
para mensurar o desempenho de acordo com critérios de ESG.
Os principais deles são o ISE (Índice de Sustentabilidade
Empresarial), o ICO2 (Índice Carbono Eficiente) e o S&P/B3 Brasil
ESG, criado em 2020 por meio de uma parceria entre a Bolsa brasileira e
a S&P Dow Jones.
Algumas outras plataformas comumente usadas pelos investidores para determinar
as classificações ESG de empresas incluem o Dow Jones Sustainability
Index (DJSI), Morgan Stanley Capital International (MSCI), FTSE4Good e ISS
ESG.
Esses índices tendem a ser mais orientados para o investidor, fornecendo
métricas sucintas sobre o desempenho financeiro de uma empresa.
A natureza dos investimentos
ESG pressupõe a obtenção de retornos financeiros em
prazos mais longos, uma vez que a adoção de práticas
sustentáveis pode introduzir mudanças estruturais nos modelos
de negócio.
Esse ponto não impede que determinados temas ESG impactem resultados
de empresas ainda no curto prazo, porém, os efeitos positivos da
integração de questões ESG na gestão empresarial
e nos modelos de avaliação de empresas em geral podem requerer
ainda algum tempo para se manifestarem com clareza nas análises de
desempenho de carteiras de investimento responsável.
EXAME Inves
Sophia Prado
Publicado em 08/08/2022
“ESG é uma farsa”? Por que Tesla ficou de fora do índice S&P 500 ESG.
Na sua última atualização anual, a S&P Dow Jones retirou a Tesla, montadora de carros elétricos de Elon Musk, do seu índice S&P 500 ESG, que usa dados ambientais, sociais e de governança para classificar e recomendar efetivamente as empresas aos seus investidores.
Entre os critérios usados para incluir ou excluir uma empresa do índice estão não somente a forma como as empresas afetam o planeta, mas também como tratam as partes interessadas além dos acionistas – incluindo clientes, fornecedores, funcionários e parceiros.
No entanto, a atualização do índice, que entrou em vigor no dia 2 de maio deste ano, não agradou em nada Elon Musk, que se pronunciou no Twitter.
Em uma sequência de tuítes na rede social, o bilionário diz: "A Exxon é classificada como uma das dez melhores do mundo em meio ambiente, social e governança (ESG) pelo S&P 500, enquanto a Tesla não entrou na lista! O ESG é uma farsa. Foi armado por falsos guerreiros da justiça social.”
Mas por que a Tesla
foi retirada do S&P 500 ESG?
Segundo Maggie Dorn, diretora sênior e chefe de índices ESG
para a América do Norte da S&P Dow Jones Indices, os dois grandes
motivos da Tesla ter perdido pontos ESG em 2021 foram a sua estratégia
de baixo carbono e os seus códigos de conduta empresarial.
De acordo com uma postagem feita por um porta-voz do índice, outros problemas como racismo e as más condições de trabalho relatadas na fábrica da Tesla em Fremont, Califórnia, também afetaram a pontuação.
Ainda, em 2021, a Tesla ficou em 22º lugar no Toxic 100 Air Polluters Index (o Índice das 100 empresas mais Poluidoras do Ar), uma colocação pior do que a da Exxon Mobil (citada no tuíte de Musk), que ficou em 26º.
Os esquecido de ESG
Embora a Tesla tenha a missão maior de tirar os carros movidos a
combustível das estradas e promover o uso de energias sustentáveis,
ela ficou muito para trás quando os critérios ESG foram analisados
de uma forma mais ampla, sob o aspecto social e de governança.
Na Califórnia, por exemplo, o departamento de Emprego Justo e Habitação processou a Tesla por assédio e discriminação contra negros em sua fábrica de automóveis em Fremont.
Segundo a agência, foram encontradas evidências de que a empresa mantinha trabalhadores negros em cargos de baixo escalão na empresa, atribuindo a eles tarefas mais fisicamente exigentes e os retaliando quando se queixavam de insultos racistas.
ESG é uma farsa?
Não. Apesar de o ocorrido evidenciar ainda mais o debate sobre os
critérios e métricas usados para avaliar o desempenho das
empresas nos quesitos ESG, ele também dá luz a aspectos que
estão sendo negligenciados pelas companhias.
Afinal, os consumidores
e investidores não aceitam mais estratégias ESG ‘pela
metade.’
Projetos de redução da emissão de carbono precisam
também vir acompanhados de transparência, responsabilidade
social, bons ambientes de trabalho, diversidade e remuneração
justa etc. para que uma empresa seja classificada corretamente como ESG.
Para aquelas que não se preocupam com todas as partes da sigla, pode
ser que isso pareça uma farsa mesmo.
E no Brasil não é diferente. Segundo Fábio Alperowitch (cofundador e gestor da FAMA Investimentos), o investidor ainda tem dificuldade de compreender o que significa, de fato, ser uma empresa sustentável e o debate no país é superficial, ou “escrito com S minúsculo”, já que os desafios sociais são, por muitas vezes, deixados de lado.
EXAME Inves
Por Da Redação
Publicado em 19/05/2022
ESG
como norma
A SEC aprovou uma proposta
que obrigará as empresas a divulgarem informações sobre
emissões de gases do efeito estufa e riscos climáticos
A SEC (Securities and Exchange Commission), equivalente à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) dos EUA, aprovou ontem uma proposta que obrigará as empresas a divulgarem informações sobre emissões de gases de efeito estufa (GEE) e riscos climáticos. A proposta é mais um passo no esperado caminho de avanços regulatórios em direção a um mercado mais transparente nas informações ESG.
A padronização das informações era uma tecla na qual investidores já vinham batendo há algum tempo. A demanda será parcialmente atendida com a proposta, que cobre a questão das emissões de gases de efeito estufa e dos riscos climáticos. Outros temas socioambientais não estão contemplados, mas podemos esperar avanços nesse sentido partindo de organismos reguladores e autorreguladores.
Em um primeiro momento, o que chama mais atenção é a obrigatoriedade de divulgação das emissões de GEE nos escopos 1 e 2 (emissões diretas e relacionadas ao consumo de energia, respectivamente). Neste momento, está restrita às empresas com maior faturamento a obrigatoriedade de divulgação do escopo 3 (emissões indiretas).
Há toda uma discussão sobre essas emissões, que não estão sob responsabilidade direta das empresas, mas que podem ser reduzidas com ações planejadas especificamente para isso, seja na cadeia produtiva, seja no consumo ou uso dos produtos e serviços.
Mas além da obrigatoriedade na divulgação de emissões, o mercado também deve se atentar ao requisito de que empresas relatem “riscos relacionados ao clima que possam impactar seus negócios ou demonstrações financeiras”. Como os efeitos das mudanças climáticas são amplos, será preciso estudar muito bem os seus possíveis impactos em diferentes tipos de negócio. Mudanças em regimes climáticos, disponibilidade de recursos naturais, custos de produção, impactos sociais indiretos e mecanismos de adaptação e mitigação são apenas alguns dos aspectos a se considerar.
No Brasil, desde o começo deste ano a CVM recomenda às empresas que divulguem informações sobre os aspectos ambientais, sociais e de governança dos negócios de acordo com determinados padrões. A barra deve subir e se tornar obrigação em breve, comportamento esperado de mecânicas do tipo “relate ou explique”, adotada pela autarquia. Atualmente, empresas de capital aberto respondem no formulário de referência da CVM se possuem determinadas práticas. Quando respondem negativamente, precisam justificar suas respostas.
Além dos riscos socioambientais e do papel de diretoria e conselho em sua gestão, os principais pontos cobertos pela regulação brasileira são a existência de mecanismos como relatório de sustentabilidade, matriz de materialidade, inventário de GEE, adesão ao padrão da Task Force on Climate-Related Disclosures (TCFD, que também serviu de referência para a norma da SEC) e dados sobre diversidade e desigualdade, como número de funcionários por grupos de identidade de gênero, raça ou cor (autodeclarada) e idade, em diferentes níveis hierárquicos e a razão entre a maior remuneração individual (incluindo remuneração variável) e a mediana da remuneração individual de todos os funcionários.
A disseminação de regras como essas é um fator relevante para acelerar o engajamento do setor privado. Contudo, sua implementação exige cuidados. É importante que os reguladores monitorem de perto o efeito gerado após a implementação das normativas, para aferir se estará em linha com seus objetivos. E que ajustem a regulação de tempos em tempos, para que ela funcione como um alvo móvel, em constante evolução — como tudo na vida.
Do contrário, corremos o risco de ver uma adoção em larga escala mas sem profundidade. Um cenário em que todas empresas adotam práticas ESG, mas apenas pro forma pode gerar resultados contrários ao ideal de desenvolvimento sustentável. Por um lado, comemoro que exigências vistas tempos atrás como irreais ou idealistas aos poucos se tornam parte do cotidiano, por outro devo lembrar o seguinte: mesmo que esteja presente nas regras, esta ainda é uma agenda de transformação.
Danilo Maeda
é head da Beon, consultoria de ESG do Grupo FSB.
Publicado
em: 22/03/2022
Com salário de R$20 mil, esta carreira será uma das mais ofertadas
em 2022.
Ascensão de temas como sustentabilidade e governança
impulsiona a área de ESG, um mercado que movimenta US$ 30 trilhões
e que sofre com a falta de profissionais qualificados.
Em 2021 o setor de ESG bateu recordes atingindo a casa dos
US$ 30 trilhões em movimentação de ativos.
E a tendência é só aumentar.
Segundo um levantamento feito pela Bloomberg Professional Services, esse
valor poderá chegar a US$ 53 trilhões
em 2025.
Enquanto isso, as empresas
enfrentam um grande problema para se aprofundar nos critérios ESG:
a falta de profissionais qualificados.
Em dezembro de 2020, a CFA Institute, uma associação que certifica
profissionais de finanças, divulgou um relatório em que revelava
que menos de 1% dos profissionais de investimentos cadastrados no LinkedIn
(meio por onde o levantamento foi feito) tinha formação adequada
em ESG.
Pouca oferta e muita
demanda faz com que a área ofereça altas remunerações,
com salários que podem chegar, em média, aos RS 20 mil mensais.
Outro fator motivador para a especialização na área
é que não há pré-requisitos para fazer cursos
ou trabalhar com o tema. Profissionais de diversos setores podem buscar
a especialização em sustentabilidade, e a formação
também pode ser um caminho para a recolocação profissional
ou a mudança de área.
Com
a alta demanda do mercado, algumas instituições começam
a estruturar e ofertar cursos e especializações em ESG. Um
bom profissional do setor precisa ser capaz de entender, implementar e medir
os impactos dos padrões de responsabilidade social, governança
e sustentabilidade no desempenho dos negócios.
De maneira geral, esse especialista precisam saber:
Desenvolver uma visão
estratégica para a empresa;
Viabilizar projetos
de sustentabilidade;
Promover treinamentos de colaboradores com relação ao tema;
Criar e monitorar indicadores de desempenho de sustentabilidade;
Desenvolver relatórios para prestação de contas;
Minimizar os impactos da cadeia produtiva da empresa.
EXAME
Invest, Renata Faber.
Publicado
em: 31/01/2022
Quem é o profissional de ESG?
Estamos falando de pessoas capazes de entender, implementar e medir os impactos
dos padrões de responsabilidade social, governança e sustentabilidade
no desempenho dos negócios.
De maneira geral, esses especialistas precisam saber:
Desenvolver uma visão
estratégica para a empresa;
Viabilizar projetos de sustentabilidade;
Promover treinamentos de colaboradores com relação ao tema;
Criar e monitorar indicadores de desempenho de sustentabilidade;
Desenvolver relatórios para prestação de contas;
Minimizar os impactos da cadeia produtiva da empresa.
Em 2016, o mercado global de investimentos focados em ESG movimentava 22
trilhões de dólares.
Neste ano de 2021, o setor bateu recordes atingindo a casa dos 30 trilhões
de dólares.
E não para por aí.
Segundo um levantamento feito pela Bloomberg Professional Services, esse
valor poderá chegar a 53 trilhões de dólares em 2025,
o que representará mais de um terço dos US $140,5 trilhões
em ativos totais sob gestão focados em ESG.
Levantamento da Bloomberg Intelligence Head of ESG e Thematic Investing
EMEA Adeline Diab e da BI Chief Equity Strategist Gina Martin Adams (Bloomberg
Intelligence/Reprodução) .
Publicado
em: 12/07/2021
Apesar de já ser discutido há anos, o termo se tornou tendência após vários movimentos que discutiram a sustentabilidade. Uma das ações foi a carta para cotistas, investidores e parceiros redigida por Laurence Fink, CEO da Black Rock, uma das maiores companhias do mundo de gestão de investimentos. O empresário já falava sobre sustentabilidade desde 2016, mas somente no fim de 2019 focou totalmente no assunto.
O influente empresário defendeu que as mudanças climáticas afetam diretamente a economia e reconhece que as empresas alinhadas aos critérios ESG obtêm resultados financeiros melhores. Por isso, a Black Rock decidiu recomendar ações dessas companhias nas carteiras que oferecem aos seus clientes.
Além disso, outros movimentos colocaram o assunto em foco, como o Acordo de Paris, em 2015, que discutiu o problema das mudanças climáticas e a responsabilidade dos países em diminuir as emissões de carbono. A sustentabilidade e aquecimento global também foram discutidos no World Economic Forum Annual Meeting, em Davos. Não há como deixar de citar o comprometimento de diversas empresas em relação aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU e o número de signatários do código de sustentabilidade dos Princípios para o Investimento Resposável (PRI). O PRI representa o compromisso dos grandes investidores institucionais do mundo de investir em negócios sustentáveis.
Há também, desde 2005, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da bolsa de valores brasileira (B3), que apoia os investidores na hora de decidir onde aplicar o dinheiro, além de resoluções como do Conselho Monetário Nacional (CMN), criada em 2014, que determina que as instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central devem adotar uma Política de Responsabilidade Socioambiental (PRSA),influenciando as companhias a adotarem as práticas ESG como uma nova realidade no mundo dos negócios.
O mundo observou esses movimentos e discussões com atenção e o ESG passou a ser o centro das atenções para os investidores. As corporações estão cada vez mais preocupadas, não só com a sustentabilidade, mas também com a exposição de riscos socioambientais que impactam diretamente nos negócios e estabilidade das ações, levando investidores a adotarem o conceito de “investimentos responsáveis“ como fator decisivo na alocação de recursos. Afinal, as práticas ESG impactam diretamente na imagem da empresa e, consequentemente, há um aumento ou diminuição no valor das ações.
Contudo, muitas pessoas ainda não sabem o que significa ser uma companhia que segue os pilares ESG. Por isso, vale explicar de forma detalhada o tema.
O que é ESG
Environmental, Social and Corporate Governance (ESG) pode ser traduzido para o português como Meio Ambiente, Social e Governança Corporativa (ASG). São os três pilares da sustentabilidade que determinam algumas atitudes específicas para cuidar do meio ambiente, realizar ações sociais e garantir a organização e compliance dentro das companhias. Mas que tal citar ações envolvendo cada um dos três pilares?
Environmental
Esse pilar determina práticas sustentáveis dentro das empresas, que promovam o gerenciamento de resíduos e efluentes, a economia circular, uso de energias renováveis, redução de emissões de gases de efeito estufa (CO2, gás metano), eficiência energética e preservação ambiental. As empresas devem realizar uma série de ações e programas voltados à sustentabilidade para estar alinhadas a esse primeiro pilar.
Para alcançar esse índice, as companhias precisam reduzir as emissões de carbono, a fim de evitar o aquecimento global, além de adotar programas de eco eficiência e, até mesmo, desenvolver produtos voltados ao setor ambiental. As companhias também devem fazer toda a gestão dos resíduos, incluindo a logística e manufatura reversa de eletrônicos.
Empresas totalmente sustentáveis, que cuidam do meio ambiente promovendo a economia circular e fazendo a gestão de gases de efeito estufa, são muito visadas pelos investidores. O tema ambiental está em alta no mundo dos negócios e impacta diretamente na imagem das companhias. Portanto, ser sustentável é um fator relevante para os acionistas na hora de escolher onde aplicar o dinheiro.
Social
O pilar social determina ações sociais que contribuem com o bom relacionamento e ambiente de trabalho para os colaboradores das empresas, inclusão e diversidade, direitos humanos, proteção de dados e práticas para ajudar comunidades ou pessoas carentes.
Uma empresa alinhada a este critério social é aquela que reconhece seus colaboradores, desenvolve pessoas, oferece melhorias na qualidade de vida com boas relações de trabalho, promove doações e auxílios aos mais necessitados e incentiva o trabalho voluntário dentro de comunidades.
A parte social das empresas é cada vez mais vista por toda a sociedade. É um dos requisitos mais importantes para ter uma boa imagem no mercado. Crises podem gerar prejuízos gigantescos para companhias que não se preocupam com esse aspecto, capaz de gerar grandes impactos financeiros e queda nas ações.
Corporate Governance
A governança corporativa nada mais é do que regras de compliance, código de conduta das empresas e toda a forma de administração, que deve primar pelatransparência e atendimento às legislações vigentes. Algumas ações que podem ser citadas são: definir, assegurar, promover e induzir boas práticas dentro da companhia, com total ética e transparência na governança, garantir a gestão eficiente de riscos, adotar práticas de proteção aos direitos dos acionistas, ter um conselho totalmente independente e o compromisso da geração de valor aos investidores.
A governança corporativa é de extrema importância para o bom funcionamento da empresa. Quando uma companhia é desorganizada, não possui um código de conduta e nem cumpre a legislação, pode ter problemas dentro e fora da organização, o que impacta diretamente no valor das ações e o financeiro da organização.
A importância de ser ESG
Praticar os três pilares da sustentabilidade é uma tarefa árdua para as empresas, mas que traz resultados positivos no mundo dos negócios, vantagens competitivas, melhora de reputação, maior lucratividade e melhora do valuation ao longo do tempo. O ESG, com certeza, é uma forma de incentivar as companhias a cuidar mais do meio ambiente, preservar as florestas, diminuir o uso de recursos naturais e a geração de resíduos, além de promover a economia circular para evitar que os materiais sejam dispostos em aterros. Com estes critérios de sustentabilidade, as corporações passam a se preocupar mais com o meio ambiente e ajudar a conter as mudanças climáticas.
Além da parte ambiental, as organizações passam a realizar ações sociais para garantir melhores condições de trabalho e um ambiente de reconhecimento e diversidade dentro da empresa. Dentro do pilar social, as companhias buscam, cada vez mais, ajudar comunidades e pessoas carentes. Já na área da governança corporativa, as empresas buscam o compliance e transparência para garantir processos justos que atendam à legislação.
Portanto, estar alinhada aos pilares ESG significa cuidar do planeta e garantir que o mercado veja a empresa de forma positiva para atrair investimentos e movimentar a economia. A Ambipar é uma multinacional líder em gestão ambiental e ajuda as empresas a realizar ações para atender aos índices da sustentabilidade.
Texto: A Ambipar é formada por duas empresas de referência no mercado de gestão ambiental: Ambipar Environment e Ambipar Response. 2020
Investir
em empresas e projetos de energia renovável diversifica carteira,
dizem profissionais de mercado
• Opções para investir em energia limpa no Brasil estão
na Bolsa e em fundos de investimento.
• Veja o que dizem profissionais de mercado para incluir energia renovável
na carteira.
O combustível fóssil - petróleo, carvão e gás
mineral - ainda é a principal fonte de energia que move a economia
do planeta no presente, mas o futuro pertence à energia limpa, gerada
por fontes renováveis, como a solar, a eólica e a hidrelétrica,
dizem economistas. Dito isso, como deve se comportar o investidor? Esperar
a troca de guarda da matriz energética, ou ir já colocando
parte de seu patrimônio nos novos negócios?
No caso do investidor brasileiro, o desafio é ainda maior. Afinal,
a Petrobras é um dos papéis mais importantes na Bolsa. As
ações da petroleira representam 8,9% do Ibovespa, principal
índice acionário do país. E para colocar mais um ingrediente
nessa decisão, tem o histórico de intervenções
dos políticos na gestão da empresa, que provoca oscilações
e perdas para o aplicador - como aconteceu este mês, quando Bolsonaro
anunciou a intenção de trocar o comando da operação.
Vale a pena investir em energia limpa?
Segundo gestores de recursos, governos de vários países -
na Europa, América do Norte e Ásia, principalmente - estão
criando leis que penalizam a cadeia de produção e o consumo
de combustível fóssil. São obstáculos que vão
de impostos mais elevados à proibição de comercialização
de produtos que dependam de petróleo. O Reino Unido, por exemplo,
anunciou este ano a decisão de seguir exemplo da Noruega, Alemanha
e França, definindo data para vetar venda de carros novos que não
sejam movidos à eletricidade.
O economista Roberto Attuch, com pós-graduação em universidades
como a de Nova York (NYU) e a de Oxford, destaca que as empresas de energia
não renovável podem até ter um desempenho positivo
no curto prazo, com a retomada da atividade econômica pós-pandemia,
mas no longo prazo a grande oportunidade de retorno está na energia
limpa.
“Energia limpa é uma de nossas principais teses de investimentos
nessa década. O mercado subestima o nível de comprometimento
que os países desenvolvidos, e agora os Estados Unidos entre eles,
têm com a energia limpa e com a redução da emissão
de carbonos. Não é mais uma questão de boas intenções.
E quem não fizer isso vai ficar para trás. As empresas terão
cada vez mais que explicar suas emissões de carbono”.
Roberto Attuch, CEO da casa de análises Ohmreserach.
Como investir em energia limpa no Brasil?
Para colocar uma parte do dinheiro em energia limpa, o investidor brasileiro
tem algumas opções no mercado de capitais. Veja algumas.
Fundos de investimentos: Há fundos multimercados
que focam projetos ou índices de ações de companhias
que investem em energia limpa ou no consumo de fontes renováveis
de energia. Grandes gestores de recursos estão lançando produtos
desse tipo.
Fundos de Investimento em Participações de Infraestrutura
(FIP-IE): Na Bolsa há uma meia dúzia de FIP-IE, fundos
de renda fixa que investem em debêntures de empresas e projetos ligados
à geração ou transmissão de energia renovável.
São títulos emitidos por empresas que têm parques solares
ou eólicos, por exemplo. As cotas desses fundos podem ser negociadas
em Bolsa, o que dá liquidez ao investidor. E ainda é um investimento
isento de Imposto de Renda.
ETFs: Há ETFs que investem em empresas comprometidas
com a geração de energia renovável. No exterior, há
diversas opções nas Bolsas americanas e da Europa. No Brasil,
um exemplo é o iShares Índice Carbono (ICO2).
Ações: A Bolsa brasileira tem, entre as ações
listadas, papéis de empresas de energia limpa, que investem em parques
eólicos e solares.
Como
avaliar se o investimento vale a pena?
Os mesmos cuidados necessários a quem investe em qualquer outro negócio
devem ser adotados por quem quer incluir energia renovável em sua
carteira. Ou seja, checar se o ativo é rentável e confiável.
“Não é por ser uma empresa ou projeto de energia renovável
que ele já justifica o investimento. Tem que ver se de fato ele é
rentável ao longo dos anos”.
Carolina Rocha, sócia diretora de operações da Perfin.
A Perfin é uma gestora de recursos que lançou fundos de investimento
que possuem participações na cadeia de energia renovável,
ou seja, empresas de geração e transmissão que têm
o faturamento ligado a esse ativo.
Antes de investir em energia limpa, o caminho sugerido por gestores de recursos
é começar avaliando a atual carteira. Parte desse processo
pode ser feito com ajuda de profissional de mercado, na instituição
financeira com a qual o investidor tem relação. Se ele quiser
fazer sozinho essa avaliação, os especialistas sugerem os
seguintes passos.
1 - Checar na carteira o que está na contramão do tema
2 - Mapear o universo disponível para investir
3 - Escolher os ativos que existem no mercado
4 - Definir o percentual que cabe na carteira
5 - Checar se aquela empresa ou aquele projeto será rentável
ao longo dos anos.
Quanto ter de energia limpa na carteira
A inclusão de ativos ligados à energia limpa na carteira de
investimentos pode ser feita aos poucos. Gestores dizem que ações
e cotas de fundos de investimento devem ser usadas para diversificar o risco
da carteira. Assim, o investidor até pode manter os investimentos
que já tem em ações de Petrobras ou outros ativos ligados
à energia não renovável.
Gestores sugerem que a energia limpa entre na parte dos investimentos de
renda variável com algo ao redor de 5% dessa fatia, dependendo, claro,
do perfil de risco de cada pessoa.
O sócio da Hieron Patrimônio Familiar, Reinaldo Lacerda, diz
que uma opção é o investidor ir incluindo ativos de
energia renovável quando for fazendo novas aplicações.
“Ao investir, a rentabilidade imediata não deve ser a única
preocupação, mas sim a sustentabilidade dessa empresa lá
na frente. Afinal, o investimento que hoje é lucrativo pode se tornar
negativo no futuro”.
Reinaldo Lacerda, sócio da Hieron Patrimônio Familiar e Investimento.
Por
João José Oliveira. Publicado em: 26/02/2021
às 04h00.
AMBIPAR
GROUP -
10 insights do ESG - Patrocinio VALE
10-insights-do-esg_ebook
Publicado
em: 12/07/2021
Pesquisa
realizada pelo Dr. Wayne Visser
Fundador do think-tank Kaleidoscope Futures, professor na Antwerp Management
School e autor de 26 livros sobre responsabilidade social, governança
e sustentabilidade, entre eles o recente “Sustainable Frontiers: Unlocking
Change through Business, Leadership and Innovation”, sugere 7 competências
ou atributos do líder ESG. São eles:
1. Visão sistêmica e interdisciplinar
Um dos elementos que nos move para a causa da sustentabilidade e práticas
ESG é o entendimento sistêmico e interdisciplinar dos desafios
que as empresas enfrentam.
Para eliminar
a causa raiz do comportamento insustentável, da moral empresarial
insustentável, práticas insustentáveis e assim por
diante, é fundamental a visão sistêmica e interconexões
dos problemas. O desenvolvimento sustentável, apoiado no triplo resultado,
ou 3Ps (Profit, People e Planet) demanda a concepção e execução
de pessoas, processos e recursos que atuem conjuntamente em vários
níveis, como o público, o privado e a sociedade civil.
Um exemplo disso
é a economia circular, novo conceito do ciclo produtivo inspirado
na economia verde e que prevê uma economia de desempenho, no reaproveitamento
ou uso inteligente de recursos para o desenvolvimento de produtos. Isto
é, os resíduos de uma indústria podem servir para matéria-prima
reciclada de outra indústria ou para si própria.
2.
Inteligência emocional e atitude zelosa
No contexto da sustentabilidade, a única maneira de pessoas,organizações
e países terem sucesso será por meio da cooperação
e geração de valor compartilhado, bem como o desbloqueio de
barreiras econômicas e socioculturais. Isso implicará para
a liderança na utilização de diversas inteligências,
sobretudo a inteligência emocional para distinguir as motivações
e inspirar a mudança de paradigmas e as transformações
necessárias.
A COVID19, por exemplo, tem demonstrado a importância desse atributo
no enfrentamento da pandemia e na convivência humana.
Diversas empresas se uniram para distribuir produtos e alimentos para os
mais vulneráveis durante este período difícil.
3.
Orientação para valores que moldam a cultura
As questões ESG envolvem a necessidade de uma ética preocupada
com as organizações, com o outro e com o meio ambiente.
Há necessidade de um compromisso moral, até espiritual, se
nos debruçarmos sobre a profundidade da questão no longo prazo,
já que o que está em jogo é a própria sobrevivência
da espécie humana e do planeta.
A maneira como
produzimos, trabalhamos e consumimos exige uma transformação
ampla nas economias e no estilo de vida da sociedade, necessitando como
fator crítico a existência de líderes que sejam capazes
de uma abordagem baseada em valores.
4.
Vontade forte para fazer a diferença
Diversos empresários e CEOs são conhecidos por sua visão
de verdadeiramente fazerem a diferença, quer tranformando suas organizações
de impacto zero no meio ambiente, quer tornando a empresa um ambiente de
felicidade para os trabalhadores, quer buscando diminuir as desigualdades
sociais, em áreas com educação, eliminação
da miséria, saúde e bem-estar.
Gestores que
sejam capazes de inovar ou desenvolverem sistemas e processos voltados para
a solução dos desafios socioambientais com métricas
claras e objetivas, gerando valor compartilhado, serão cada vez mais
procurados.
No momento crítico
em que vivemos, empresários como John Mackey, cofundador da varejista
norte-americana Whole Foods, estão sendo capazes de reimaginar os
negócios e a economia, promovendo transformações de
alto impacto. Mackey cocriou o conceito de capitalismo consciente, que gradualmente
tem sido incorporado as empresas.
5.
Um estilo inclusivo gerador de confiança
Na sociedade globalizada e interconectada, os líderes gerenciam ambientes
cada vez mais diversos, com pessoas de vários generos e diferentes
origens étnicas, sociais e religiosas.
Uma da definições
de liderança é aquela que caracteriza os líderes como
aqueles que fazem as pessoas irem aonde elas não teriam ido por conta
própria.
Portanto, liderança
ESG é sobre o líder e os seguidores trabalhando juntos para
chegar a certos resultados que gerem valor compartilhado.
Para tanto, uma
visão de cidadania e cooperação é essencial.
O ditado nativo norte-americano: “Não herdamos a Terra de nossos
ancestrais, mas a pegamos emprestada de nossos filhos” serve de mensagem
para a noção de que precisamos agir efetivamente para lidar
com os desafios socioambientais e de governança.
Tal noção
é fundamental, pois na sustentabilidade todos todos temos coresponsabilidade
sobre essa temática. Devemos nos ver como partes da solução
e não do problema.
6.
Inovador e radical
A já falecida empresária britânica Anita Roddick, fundadora
da empresa de cosméticos The Body Shop, adquirida pela Natura, exortou
os líderes a “ousarem, serem os primeiros, serem diferentes,
serem justos”. The Body Shop foi uma das empresas pioneiras em responsabilidade
social em todo o mundo.
A maioria dos
desafios ambientais irão demandar soluções criativas
e inovadoras em virtude de sua complexidade e intensidade. Líderes
com perfil inovador e radical, capazes de motivar suas equipes a pensarem
diferente, serão mais apropriados as organizações com
práticas ESG.
7.
Visão de longo prazo
Empresas que pensam a longo prazo serão mais bem-sucedidas no futuro,
já que a sustentabilidade requer uma visão de longo prazo
e dos impactos que os negócios provocam na sociedade e meio ambiente.
A Toyota, por
exemplo, foi a primeira empresa a comercializar um carro híbrido
e inspirou toda a industria automobilística a enveredar para os carros
elétricos.
O pensamento
de longo prazo é especialmente importante para setores como mineração,
energia e transporte, por exemplo.
Mas inevitavelmente
todos os negócios precisarão repensar seus modelos de produção
e operação se quiserem atrair consumidores, investidores e
colaboradores no futuro.
Embora seja improvável
que qualquer gestor irá incorporar todos estes 7 traços, este
perfil ideal é o indicado para nortear as ações de
desenvolvimento de líderes ESG em qualquer empresa, pois no momento
crítico que viveremos nos próximos anos, esses líderes
serão cada vez mais necessários.
Por Marco Aurelio Morsch. Publicado em: 13/07/2021.
Enel
conclui ampliação da maior usina solar da América do
Sul.
A Enel Green Power, braço
de energia renovável da italiana Enel, iniciou a operação
comercial da nova seção da usina solar de São Gonçalo
do Gurguéia, no Piauí. Fruto de um investimento de 422 milhões
de reais, a expansão adiciona 133 MW de capacidade ao empreendimento,
que já é o maior da América do Sul.
Com a ampliação, a usina solar também se torna ao maior
projeto de energia renovável em construção pela Enel
no mundo – a empresa está presente em 30 países. A seção
que acaba de entrar em operação começou a ser construída
em 2019. Em outubro do ano passado, a companhia anunciou mais uma expansão,
de 256 MW, que deve ser concluída este ano tendo consumido investimentos
de 735 milhões de reais.
O parque de São Gonçalo terá, quando terminado, 864
MW de capacidade. Ele é composto por 2,2 milhões de painéis
solares. Ao todo, a Enel possui no Brasil cerca de 3.400 MW de capacidade
instalada em energia renovável, sendo 1.200 MW de fonte eólica,
979 MW de fonte solar e 1.269 MW de fonte hidrelétrica.
Por Rodrigo Caetano. Publicado em: 19/02/2021
No final de janeiro,
um mês antes do coronavírus nos impor o mais radical isolamento
social da história da humanidade, a sustentabilidade surgiu como
tema da famosa carta aberta de Larry Fink (CEO da BlackRock) e também
das discussões do Fórum Econômico Mundial.
Na pauta da missiva
de um do maiores investidores do planeta e do evento de Davos, ambos muito
aguardados nos mercados, destacava-se uma mesma preocupação:
a transição de um capitalismo de acionistas para outro focado
em partes interessadas — e a ideia, quase subversiva, de colocar o
propósito antes do lucro.
Àquela
altura, dada a conjunção de circunstâncias, não
tive nenhum dúvida de que o tema sustentabilidade, ao contrário
de outros anos, ganhara inusitada relevância. Restava saber se sua
trajetória seria, como na crise econômica mundial de 2008,
a de um voo de galinha ou de águia.
Coube à
pandemia oferecer logo uma resposta. E uma boa resposta: com a ascensão
do ESG (nome de batismo de sustentabilidade entre os financistas) e a valorização
da conceito pelos donos do capital, o interesse das empresas acelerou de
zero a 200 quilômetro/hora em 10 segundos.
Arrisco atribuir
o fenômeno ao fato de que, ao nos colocar a todos numa posição
de extrema vulnerabilidade, questionando a fragilidade da vida, a pandemia
adiantou reflexões sobre a urgência de repensar nosso modelo
de desenvolvimento econômico, reconhecidamente intensivo em uso de
recursos naturais, abuso de recursos humanos e emissões de gases
do efeito estufa.
Para mim e a
equipe da Ideia Sustentável, a pandemia foi um bom pretexto para
analisar 80 documentos mundiais sobre sustentabilidade, estudar mais de
40 fontes e ouvir 20 líderes empresariais brasileiros em quatro seminários
virtuais, organizando um estudo denominado 11 Tendências de Sustentabilidade
Empresarial no “Outro Normal”.
Abaixo, compartilho
oito dessas tendências na forma de breves e necessárias reflexões
para quem quer empreender, liderar ou atuar em negócios nos próximos
anos.
1. Propósito antes do lucro. Está em curso um processo de ressignificação das empresas. E também uma revisão na noção de sucesso empresarial. O capitalismo que gera valor para as partes veio substituir o velho modelo do business as usual, em que se aceitava facilmente o vício de privatizar resultados para acionistas e socializar impactos para os demais públicos de interesse. Esqueça a ideia de ser o melhor “do mundo”. Prepare-se para ser melhor “para o mundo”.
2. Reumanização dos humanos. As pessoas não poderão mais ser tratadas, de modo utilitário, apenas como “recursos” cujo valor depende da função que exercem e do tempo destinado a ela. Indivíduos integram famílias, comunidades e sociedade. Segundo o economista Muhammad Yunus, o “homem econômico” no qual nos transformamos para atender ao pensamento econômico dominante dará espaço novamente ao “humano real”. Cada vez mais, as pessoas desejam se relacionar com organizações cujos valores se afinam com os seus e que demonstrem cuidado, escuta afetiva, respeito às diferenças e preocupação genuína com o seu bem-estar.
3. Menos competição, mais cooperação. No auge da pandemia, todos assistimos, com alguma surpresa, ao movimento de empresas concorrentes trabalhando juntas para o bem coletivo. A cooperação não só se mostrou possível como necessária. Se fomos capazes de exercitá-la durante a tempestade, por que não podemos realizá-la em tempos de bonança? Imagine você as grandes empresas brasileiras reunindo os seus recursos para enfrentar os graves problemas socioambientais do país? Migrar de uma visão “egocêntrica” para outra “ecocêntrica” só pode nos fazer bem como sociedade.
4. Ascensão da noção de interdependência. A crise foi uma espécie de crossfit para a noção de que tudo e todos estamos interligados. Nossas escolhas de consumo e produção determinam o mundo em que queremos viver. Não existe mais o “fora” e o “dentro”. A prosperidade de uma empresa só é boa se alcança todos os seus públicos, principalmente os mais vulneráveis.
5. Da transparência à hipertransparência. Saiu fortalecida, no meio da pandemia, a empresa que soube ser transparente, comunicou-se bem com os seus públicos e prestou contas à sociedade. Colaboradores, clientes e comunidades querem cada vez mais empresas orientadas por valores, por propósito e por compromissos claros em relação à sociedade.
6. Mais do que zerar impactos, regenerar. Já se sabe que apenas eliminar externalidades não será suficiente para barrar as mudanças climáticas ou o esgotamento de recursos naturais. Será necessário investir em tecnologias disruptivas e em novos modelos de negócio que gerem impacto positivo para o meio ambiente e para as comunidades.
7. Negócios como parte da solução, não do problema. A crise trouxe inúmeras oportunidades para empresas que desejam acelerar a agenda de sustentabilidade. Se quiserem ser parte da solução, empresas e empreendedores precisarão adotar energias renováveis, promover a economia circular, preservar as florestas, regenerar ambientes degradados, respeitar a diversidade e gerar trabalho e renda.
8. Hora e vez da liderança
orientada por valores. A transição para um modelo de capitalismo
mais ético, transparente, respeitoso em relação às
pessoas e ao meio ambiente pressupõe a condução de
líderes de um novo tipo, com outro modelo mental. São líderes
mais empáticos, cuidadores, inclusivos e femininos. Capazes de praticar
a escuta afetiva e de propor relações mais horizontais. E
conscientes de que as decisões de negócios são sobretudo
decisões de ordem humana.
Por
Ricardo Voltolini - 28 OUT 2020
Gasto
global em transição energética soma recorde de US$
500 bi. Os investimentos na transição para uma economia de
baixo carbono marcaram um aumento de 9% em relação a 2019,
apesar dos problemas causados pela pandemia segundo relatório divulgado
na terça-feira pela BloombergNEF.
O crescimento não foi uniforme ao
redor do mundo. O investimento em capacidade de energia renovável,
que respondeu pela maior parte dos gastos calculados pela BNEF, disparou
52% na Europa em comparação ao ano passado. Mas caiu 20% nos
EUA, e 12% na China.
O
investimento recorde coincide com a maior pressão para reduzir as
emissões de gases de efeito estufa e evitar os efeitos mais graves
da mudança climática.
Mas mesmo o enorme aumento dos gastos com parques eólicos e solares,
armazenamento de energia e veículos elétricos não será
suficiente para cumprir a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento
global a menos de 2 graus Celsius.
Os investimentos em energias renováveis aumentaram 2% globalmente,
impulsionados pela maior expansão em energia solar de todos os tempos
e salto de 56% de projetos eólicos offshore, para US$ 50 bilhões,
de acordo com o relatório.
Um dos fatores de maior impulso dos novos gastos em transição
energética foi o transporte limpo. A Europa liderou, com investimentos
de US$ 64,7 bilhões em transporte elétrico, ultrapassando
a Ásia pela primeira vez. A China ficou em segundo lugar, com US$
45,3 bilhões em investimentos, o menor valor gasto no setor desde
2016, segundo a BNEF.
E à medida
que o salto das ações da fabricante de veículos elétricos
Tesla tornava Elon Musk o homem mais rico do mundo, a competição
crescia.
Empresas de veículos elétricos levantaram cerca de US$ 24,5
bilhões nos mercados acionários no ano passado em relação
a apenas US$ 1,6 bilhão em 2019.
Por Josh Saul e William Mathis, da Bloomberg Publicado em: 19/01/2021.
Perguntas que todo conselheiro deve fazer à administração para entender a situação da empresa em relaçao aos temas ESG e definir uma estratégia.
1- Quais são
os principais riscos ESG que a nossa empresa enfrenta, como estamos lidando
com eles e como eles evoluem ao longo do tempo?
2 - Os fatores e os riscos ESG estão sendo integrados em nossa estratégia
de longo prazo? Como tratamos esses fatores para inovar?
Estamos oberservando nossos concorrentes?
3 - Se nosso líder de responsabilidade corporativa ou sustentabilidade
supervisiona nossos esforços ESG, ele trabalha em associação
com as áreas de finanças, relações com investidores
e gestão de riscos?
Como comunicamos nosso valor sustentável de longo prazo aos investidores?
4 -Temos as informações necessárias para supervisionar
nossas estratégias e riscos ESG?
O conselho recebe as métricas certas para monitorar esses riscos
de maneira eficaz?
5 - Já avaliamos o uso de um modelo de métricas ESG em nossa
empresa, como SASB (https://www.sasb.org/), GRI (http://www.intedya.pt/internacional/175/noticia-o-que-e-global-reporting-initiative-gri.html)
ou outros?
6 - Podemos aprimorar e aumentar a transparência de nossas divulgaões
ESG para os investidores?
7 - Estamos transmitindo nossas informações ESG de forma eficaz
aos investidores?
Incluímos os riscos ESG nas divulgações aos acionistas?
Os conselheiros que se reúnem com os acionistas estão preparados
para responder perguntas sobre ESG?
Fonte: PwC Publicado em: 06/01/2021
Plano de desenvolvimento sustentável para a Amazônia.
O grupo será
responsável por acompanhar os desdobramentos dos planos e por criar
métricas e objetivos alinhados aos desafios locais. As ações
— que estão previstas para começar ainda neste ano —
serão coordenadas com o governo e implementadas em parceria com as
iniciativas públicas.Entre
as ações que fazem parte o plano, estão:
Estimulo às
cadeias sustentáveis na região (cacau, açaí
e castanha) por meio de linhas de financiamento diferenciadas e/ou ferramentas
financeiras e não financeiras
Viabilização de investimentos em infraestrutura básica
para o desenvolvimento social (energia, internet, moradia e saneamento)
e ambiental (transporte hidroviário)
Fomento de um mercado de ativos e instrumentos financeiros de lastro verde
Atração de investimentos e promoção de parcerias
para o desenvolvimento de tecnologias que impulsionem a bioeconomia
Apoio para atores e lideranças locais que trabalhem em projetos de
desenvolvimento socioeconômico na região.
Por Rodrigo Caetano. Publicado em: 07/12/2020
às 06h00
Um
soco no estômago.
Foi assim que Fábio Alperowitch, fundador da gestora Fama Investimentos,
descreveu o episódio em que João Alberto Silveira Freitas, negro,
foi espancado até a morte por seguranças brancos em uma loja
do Carrefour, em Porto Alegre. “A bizarrice do ocorrido, e a pouca repercussão
do tema no âmbito do mercado financeiro, são pauladas na cara”,
disse Alperowitch, um dos pioneiros no Brasil a adotar critérios ESG
(ambientais, sociais e de governança, na sigla em inglês) para
definir a carteira de sua gestora.
As ações
do Carrefour na B3 chegaram a cair 2% no início do pregão desta
sexta-feira, 20, mas, se recuperaram e, às 13h, registraram leve alta.
Ao que parece, os investidores não estão muito preocupados se
uma empresa escorrega na parte social do negócio. “ESG, no Brasil?
Conta outra”, declarou Alperowitch, no Twitter. “ESG está
presente nos materiais de apresentação e para por aí.”
Quase metade
das companhias de capital aberto brasileiras não adotam as práticas
recomendadas pelo Código Brasileiro de Governança Corporativa,
elaborado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
Ainda que esse percentual tenha diminuído em relação
ao ano passado, o número mostra que o mercado brasileiro ainda tem
muito a melhorar no G do ESG.
“Apesar de constatarmos esse leve, mas importante, aumento na adoção
de práticas recomendadas, ainda temos um longo caminho a ser trilhado”,
afirma Pedro Melo, diretor-geral do IBGC. “Uma administração
preparada é o que garante vantagem competitiva e longevidade para as
corporações.”
Esta não
é a primeira vez que o Grupo Carrefour protagoniza uma história
de agressão.
Em dezembro de 2018, um outro segurança do supermercado que trabalhava
em uma unidade de Osasco (SP) confessou ter envenenado um cachorro e, depois,
o espancou até a morte.
Meses depois, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP)
estipulou que o Carrefour deveria pagar 1 milhão de reais como indenização
pelo caso.
Outro fato semelhante aconteceu no supermercado Extra, do grupo GPA, em fevereiro do ano passado. Pedro Gonzaga, um jovem negro de 19 anos, foi imobilizado e morto por um segurança de uma unidade do Rio de Janeiro. Na época, imagens mostravam o segurança deitado sobre o jovem, que estava aparentemente desacordado. As investigações apontaram que a vítima não portava armas e não oferecia risco algum.
Em nota
enviada à reportagem, o Grupo Carrefour considerou a morte “brutal”
e disse que “adotará as medidas cabíveis para responsabilizar
os envolvidos”.
Afirmou também que vai romper o contrato com a empresa responsável
pelos seguranças e que o funcionário que estava no comando da
loja durante o crime “será desligado”.
O grupo disse ainda que a loja será fechada em respeito à vítima
e que dará o “suporte necessário” à família
da vítima.